Sobre a Rede Abrolhos
Além de contribuir para o estabelecimento de patamares de referência e avaliações de tendências em áreas recifais sob condicionantes ecológicas dissimilares e regimes de manejo diferenciados, utilizando modelos diversos (e.g. microbiota, comunidades bentônicas, peixes recifais), a Rede Abrolhos tem desenvolvido mecanismos de Planejamento Sistemático para Conservação (PSC) no sentido de determinar quais são as áreas-chave para a biodiversidade e as lacunas de conservação na região de Abrolhos, incluindo a modelagem de cenários para o estabelecimento de novas áreas de proteção e manejo, levando em consideração as principais atividades econômicas que dependem (e.g. pesca) e influenciam (e.g. mineração) a biodiversidade.
As metas centrais da Rede Abrolhos incluem:
Consolidação de um núcleo virtual de referência sobre os sistemas recifais de Abrolhos, cujo principal produto é um sistema de gestão da informação integrando atores de diversos setores;
Produção de uma síntese acerca da diversidade taxonômica e funcional no sistema recifal de Abrolhos;
Consolidação do mapeamento de habitats bênticos, resultando em mapas temáticos para aplicações na área de gestão ambiental, inclusive a criação de novas áreas marinhas protegidas;
Compreensão dos fatores que influenciam a produtividade e a dinâmica nos diversos compartimentos do sistema recifal de Abrolhos, gerando recomendações para o manejo das áreas recifais, dentro e fora de unidades de conservação;
Descrição do ciclo reprodutivo e principais parâmetros populacionais das principais espécies de peixes recifais alvo da pesca, subsidiando medidas específicas de manejo;
Estabelecimento das taxas de crescimento e de mineralização de CaCO₃ das principais espécies de corais e algas coralináceas, bem como a análise da tolerância de organismos construtores (algas calcárias e corais) a diferentes condições ambientais, gerando elementos essenciais para o entendimento e previsão de respostas às mudanças climáticas.
Programa Ecológico de Longa Duração - PELD Abrolhos
O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração – PELD – consiste de uma rede de sítios de pesquisa que abrange todos os ecossistemas brasileiros.
O objetivo do Programa é gerar informações essenciais para a conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos naturais brasileiros, contribuindo também com a previsão, resposta e adaptação às mudanças globais.
Criado em 1997 sob coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o PELD conta com contrapartidas financeiras e operacionais relevantes das fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) e está inserido no Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal, o que viabiliza a participação do Brasil na Rede Internacional de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração – ILTER.
Desde 2000, diversos componentes dos sistemas recifais de Abrolhos vêm sendo monitorados, inicialmente através de projetos individuais de membros de diferentes institutos. Algumas dessas iniciativas seminais foram agregadas na forma de uma rede de cooperação (Rede Abrolhos), a qual foi subsequentemente apoiada pelo Programa PELD, em três ciclos de execução co-financiados pela FAPERJ e FAPES. O PELD ABRS é uma iniciativa fundamental para compreender os efeitos das mudanças climáticas e do manejo sobre os recifes.
Equipe
Integram a Rede, pesquisadores do Brasil e do exterior, além de estudantes de doutorado, mestrado e iniciação científica que atuam de maneira integrada. As principais áreas de atuação da equipe da rede são: mapeamento de habitats, biodiversidade, ecologia recifal, paleoecologia e gestão da informação.